A energia solar fotovoltaica gerada em telhados, fachadas e pequenos terrenos continuará competitiva, mesmo com a retirada gradual dos subsídios, segundo estimativa feita pela consultoria Greener. Entretanto, o novo cenário aponta para um aumento no tempo de retorno.
O marco legal da geração própria (geração distribuída) gerou uma espécie de “corrida pelo sol”, pois garantiu a gratuidade, até 2045, no uso da rede das distribuidoras, a chamada Tusd, para empreendimentos que pediram conexão à rede elétrica até 6 de janeiro de 2023. Por conta desta corrida, nos últimos cinco meses, o segmento colocou em operação mais de 1 gigawatt (GW) por mês.
A partir de agora, a lei prevê a cobrança gradual pelo uso da rede até chegar a 29% em 2030. As mudanças fizeram o setor dar um salto, com 67,4% de crescimento na capacidade instalada em 2022 frente ao ano anterior.
Com as novas regras para a compensação da energia injetada na rede de distribuição pelos sistemas de micro e minigeração distribuída (MMGD), alguns componentes, a depender da modalidade e porte do empreendimento de geração, deixarão de ser compensados de forma gradativa ao longo dos próximos anos.
Segundo a consultoria, no caso de uma residência com a intenção de instalar um sistema fotovoltaico com sistemas de 4 quilowatt de potência de pico (kWp) e com o custo de instalação de R$ 4,88/Wp, os cenários projetados apontam um pequeno aumento médio do payback (tempo de retorno de um investimento) de 15% nos sistemas atendidos pela Cemig, Elektro e Coelba. Já para um sistema comercial de 50 kWp e custo de instalação de R$ 3,88/Wp, o que se observa é também um aumento no payback, porém, de forma menos significativa, com aumento médio de 13%.
“A diferença não é significativa a ponto de inviabilizá-los. Gerar a própria energia elétrica por meio desses sistemas e reduzir as despesas com as contas de luz ainda se mostra um tipo de investimento de alta rentabilidade e baixo risco, frente a outros tipos no mercado de capitais, tais como renda fixa, com baixos riscos, mas também com menores rendimentos”, diz o estudo.
A previsão da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD) é injetar cerca de 8 GW de capacidade no sistema em 2023. Se a estimativa da entidade se confirmar, será pelo terceiro ano consecutivo o segmento que mais incrementa potência ao sistema. Atualmente, são cerca de 17 GW distribuídos em mais de 2 milhões de unidades geradoras.
Fonte: Valor Econômico
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